sexta-feira, 12 de outubro de 2012

HISTÓRIA DE SUCESSO E SUPERAÇÃO 11- DANIEL TRANSPORTES


Há quarenta anos, mais de dois milhões de trabalhadores brasileiros foram atraídos para construir oito mil quilômetros de uma obra faraônica: a Rodovia Transamazônica (BR-230) cujo o objetivo era integrar melhor, a região Norte com o resto do país. Inaugurada com 2.300 km em 30 de agosto de 1972, a Transamazônica, hoje é terceira maior rodovia do Brasil e corta os estados do Pará e Amazonas.
Apesar de cidades como Altamira e Itaituba, terem, nessa época, crescido mais de 1000%, a maioria dos trabalhadores não tiveram sorte. Devido à distância e isolamento, eles ficavam meses sem comunicação e muitos deles morreram de doenças transmitidas por animais silvestres.
Mas para um desses trabalhadores, a história foi diferente. Em 1969, o cearense José Daniel Neto viajou para a Transamazônica para trabalhar como operador de máquinas (trator de esteira). Durante um ano e dois meses juntou dinheiro e assim que retornou ao Ceará comprou um caminhão Mercedes semi-novo e foi trabalhar como transportador de cargas no porto do Mucuripe.
Persistência

“Para adquirir o primeiro caminhão, dei 10 % de entrada e o restante parcelei em 33 vezes, mas com 13 meses terminei de pagar e comprei o segundo”, lembra José Daniel
Esforçado e determinado trabalhou duro no porto do Mucuripe, em Fortaleza, muitas vezes até 17 horas por dia, na descarga de trigo dos navios para o Grupo J. Macedo. Nessa época, para poder atender a demanda, alugou dois caminhões e quatro anos depois já tinha quatro caminhões.
Por exigência do tomador do serviço, foi obrigado a abrir uma empresa. Nascia, assim, a Daniel Transportes Ltda. Recém casados e sócios, Daniel começou a empresa com Ângela Marta, sua esposa e diretora administrativa-financeira, uma secretaria para conferência de notas e seis motoristas para dirigir seis caminhões caçambas e atender a importantes clientes, como os Grupos J Macedo e Jereissati.
O grande desafio na época era entrar no porto para trabalhar com contêineres. Eu era pequeno e para concorrer com os grandes era difícil. Alguns entraram com uma liminar para não permitir minha entrada naquele ambiente tão fechado. Para eu conquistar o cliente, tinha que ter equipamentos. Então, arrisquei e comprei uma máquina da Milan. Foram cinco meses de luta pra colocar a primeira máquina dentro do porto. Hoje são 29 máquinas operando entre os portos de Pecém e Mucuripe, além de Salvador e Maranhão”.
A Daniel Transportes é composta de uma frota totalmente nova de 60 caminhões Volvo, quatro caminhões Scannia e 121 caminhões semi-reboques.

Para agilizar o carregamento nos portos, comprou quatro reach stacker ( máquinas tipo guindaste que travam automaticamente o contêiner) que viabilizam a movimentação rápida e eficiente de contêineres empilhados e o carregamento, inclusive de cargas especiais de até 100 toneladas ( bobinas, pórtico hidráulico…).
Futuro


Para provar que é otimista e tem visão futurista, Daniel revela que comprou uma área de cinco hectares em Pecém para ser uma garagem e servir de ponto de apoio para os equipamentos e motoristas. Daniel diz nunca se arrepender de nada, mas com relação ao terreno que comprou, garante que se arrependeu de não ter comprado cinco anos antes, quando ainda não estava com preço alto.
Hoje a atividade portuária representa 85% do faturamento de Daniel e 15% vem da locação de equipamentos pra terceiros. Mas ele sabe que o ativo mais importante de uma empresa são os funcionários.

Por este motivo, oferece aos 134 funcionários diretos e na vigilância, que é terceirizada, mais 15 pessoas, as melhores condições de trabalho. De segunda a sábado, todos que trabalham na empresa tem café da manhã. O plano de saúde é extensivo ao cônjuge e a mais dois dependentes. Já chegou a bancar bolsa educação para cerca de 34 alunos, mas, desde 2002 as regras do governo mudaram. Apesar da empresa ainda continuar pagando o mesmo percentual, inexplicavelmente não tem mais o benefício. “Não sei para onde vai esse dinheiro” , questiona Daniel.

A empresa ainda oferece médico duas vezes por mês e psicólogo permanente, três vezes por semana. Constantemente os funcionários possuem cursos de direção defensiva, direção econômica, que significa saber dirigir com economia. Esses cursos são realizados trimestralmente.
“Quando alguém chega para entrevista de emprego e eu vou entrevistar e vejo que ele não tem ambição, eu não contrato. Se ele não tem objetivo, nem motivação, não me serve. Para viver e trabalhar é preciso ter uma meta, uma mira a seguir. E é isso que eu ensino aos meus dois filhos”.




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