quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Curiosidades carnaval


Divulgação/Liesan
Folião da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, do Rio de Janeiro
Fiel à sua doutrina, todos os anos a Igreja católica combate com veemência os excessos cometidos pelos foliões durante a maior festa popular do Brasil, o carnaval. O que pouca gente sabe é que esta folia pagã tem o seu calendário definido em conseqüência de um sistema de cálculo inventado pela própria Igreja católica.


Por essa metodologia, a igreja, primeiro, define uma de suas datas mais sagradas, o domingo dePáscoa, quando comemora a ressurreição deJesus Cristo. A partir daí, chega-se ao domingo de carnaval com uma fórmula simples: contam-se retroativamente sete domingos.

É exatamente por isso que o domingo de Páscoa e o carnaval são datas móveis, ao contrário de outros feriados, fixos, a exemplo do 21 de abril(morte de Tiradentes), 7 de setembro(Independência), 2 de novembro (Finados) ou 15 de novembro (Proclamação da República). É importante, salientar, no entanto, que a terça-feira de Carnaval não é um feriado reconhecido em lei, mas apenas uma festa durante a qual o país costuma parar, parcialmente, suas atividades.



Equinócio de primavera


Como regra básica, a Páscoa tem de cair no primeiro domingo após a lua cheia que se seguir ao equinócio de primavera no hemisfério norte. O equinócio marca o início da primavera - geralmente, a 21 de março. No hemisfério sul, isso corresponde ao 1º domingo depois da 1ª lua cheia de outono.

Estabelecida a Páscoa, define-se o Carnaval, que, como dissemos, deve ocorrer sete domingos antes do domingo de Páscoa. Portanto, o Carnaval pode acontecer até mesmo fora do mês de fevereiro, pois, assim como a Páscoa, depende de quando ocorre o equinócio de primavera.

Durante muitos séculos, os fiéis e os próprios representantes da Igreja Católica encontraram dificuldades para entender e explicar a fixação do calendário da Páscoa e do próprio carnaval porque havia discrepância entre as datas. Somente com a entrada em vigor do atual calendário, o gregoriano, criado pelo papa Gregório 13 (1502-1585), no século 16, é que o domingo de Páscoa passou a cair obrigatoriamente entre 22 de março e 25 de abril. 

A instituição do calendário gregoriano aconteceu em 1582. Alertado por astrônomos sobre algumas imprecisões no calendário juliano, a Igreja suprimiu dez dias (de 5 a 14 de outubro) daquele ano para efetuar o ajuste no tempo. Ou seja: as pessoas foram dormir no dia 4 de outubro e acordaram no dia 15.



Carnaval fixo


A partir da década de 70, empresários e agentes hoteleiros que trabalham principalmente em cidades turísticas, como Rio de Janeiro, Salvador e Recife, iniciaram um movimento, para determinar uma data fixa para a folia carnavalesca, sob a alegação de que a festa móvel traz prejuízos econômicos ao país.

Mesmo sabendo da data com anos de antecedência, muitos turistas estrangeiros não conseguem vir ao Brasil porque não estão de férias no período carnavalesco. De acordo com os empresários, com uma data fixa, os turistas e os milhões de brasileiros que gostam do carnaval poderiam se programar para participar da festa. Por enquanto, eles ainda não obtiveram sucesso. Prevalece a tradição católica.



Curiosidades sobre o Carnaval
  • Para homenagear o Deus Saturno, havia uma festa na Roma Antiga chamada "Saturnais". As escolas ficavam fechadas, os escravos eram soltos e as pessoas saíam às ruas para dançar. Carros (chamados de "carrum navalis" por serem semelhantes aos navios) levavam homens e mulheres nus em desfile. Muitos dizem que pode ter sido daí a expressão "carnavale".
     
  • A Igreja Católica se opunha a estes festejos pagãos, mas, em 590, decidiu reconhecê-los. Exigiu, porém, que o dia seguinte (Quarta-Feira de Cinzas) fosse dedicado à expiação dos pecados e ao arrependimento.
     
  • Por isso, outros especialistas afirmam que o nome da festa vem da expressão latina "carnem levare", que quer dizer "retirar ou ficar livre da carne", já que representava os últimos dias antes da Quaresma, período em que o consumo de carne era proibido aos cristãos.
     
  • De lá para cá, o Carnaval foi mudando aos poucos de cara. Na Idade Média, incluía sátiras aos poderosos. Os foliões se protegiam de possíveis retaliações com a desculpa de que a festa os deixava loucos ("folia", em francês, significa loucura).
  • No Brasil o início da festa é conhecido como "grito de carnaval". Antigamente os clubes promoviam festas pré-carnavalescas com este nome. Nessas festas as pessoas iam fantasiadas e cantavam e dançavam ao som de marchinhas de Carnaval. 
     
  • No século 17, nossa festa ainda era muito influenciada pelo "entrudo" português, que era um costume de fazer guerras d’água. O problema é que as armas usadas não eram só baldes d’água como lama, ovos e limões-de-cheiro, que eram bolinhas de cera cheias de líquido.


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